
By: Luis Ribeiro
No topo do Monte da Assunção, em Monte Córdova a cerca de 400m de altitude levanta-se um imponente e magestoso mosteiro cujo seu nome é Mosteiro da Nossa Sra. Da Assunção.
Rodeado por uma extensa mancha florestal, permite-nos realizar excelentes convívios sob uma boa sombra que estas árvores nos podem proporcionar, existindo várias mesas de pedra espalhadas pela mata.
Devido à sua localização, possui características paisagísticas de enorme valor sendo possível deste mesmo Santuário, avistar a cidade de Santo Tirso de uma perspactiva diferente. Posso-vos garantir que vale muito a pena.
Como a visão não tem limite, deste mesmo local temos uma vista panorâmica sobre o mar desde Matosinhos e Leça da Palmeira até Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Um excelente cenário para quem gosta de tirar umas belas fotos.
Este Mosteiro veio substituir a Capela Velha situada um pouco mais abaixo deste, no meio da mata.
Foi projetado pelo arquiteto Italiano Ernesto Korrodi em 1919 e a 15 de Agosto de 1934 é feita a sua inauguração pelo Cardeal Cerejeira.
A belíssima imagem da Nossa Sra da Assunção que se encontra dentro deste grandioso mosteiro é da autoria do escultor João da Fonseca Lapa.
A sua construção granitíca demonstra bem a riqueza desta terra no que diz respeito à extração desta matéria rochosa, sendo em tempos uma das principais actividades económicas.
Todos os anos, no dia 15 de Agosto, junto deste esplendoroso mosteiro, realiza-se uma romaria sempre muito concorrida em honra da Santa, levando milhares de pessoas a este local de culto, de fé e de enorme potencial turístico.
O Santuário de Nª Sª da Assunção é um projeto da iniciativa da Irmandade de Nª Sª da Assunção para substituir a Capela Velha, erigida em 1901, na encosta do Monte Córdova.Pela ação do Comendador Albino de Sousa Cruz, foi designado para arquiteto deste projeto Ernesto Korrodi em 1919.
O seu projeto, de grande monumentalidade, é um magnífico exemplo de arte de inspiração romano-gótica, guardando-se no interior do santuário uma bela imagem de Nª Sª da Assunção, da autoria do escultor João da Fonseca Lapa.
Descrição |
| Planta que forma cruz grega nos corpos principais, anulada pela dimensão da cabeceira, com vários corpos adossados, e marcada por duas sineiras, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de quatro e duas águas. Fachadas em cantaria de granito aparente, de aparelho isódomo, parcialmente rebocadas e pintadas de branco, apresentando os cunhais e as divisórias dos panos, marcados por contrafortes de esbarro, e rematadas por cornijas assentes em cachorradas simples, nalguns casos substituídas por frisos denticulados. Fachada principal virada a O., com o corpo central secionado por dois registos e rematada em empena antecedida por galeria vazada, por nove arcos peraltados, assentes em pequenas colunas. O registo inferior é rasgado por portal saliente e inscrito em empena angular, com o vão escavado, em arco peraltado, composto por cinco arquivoltas que se apoiam em pilares e três colunelos com capitéis em colchete, a exterior e as impostas ornadas por frisos de bicos; está ladeado por duas frestas de volta perfeita. O segundo registo é marcado por três arcos de volta perfeita, o central mais amplo, assentes em colunas sobre plintos, o central preenchido por pano de muro rasgado por ampla rosácea, tendo, na base, pequena porta em cortina, que acede a uma sacada com guarda plena de cantaria; os arcos laterais, vazados, possuem frestas de volta perfeita. Está ladeada por duas torres assimétricas, a do lado esquerdo com base quadrangular, rasgada por fresta, onde se ergue o corpo facetado, tendo, na face frontal, duas ordens de frestas; no topo, remate facetado e rasgado por vãos de volta perfeita assentes em colunas. A torre do lado direito é retangular e possui duas frestas, surgindo, no topo, duas ventanas de volta perfeita, assentes em parastase. As fachadas laterais são semelhantes, marcadas, ao centro, pelo corpo do transepto, em empena com cruz no vértice e rasgada por rosácea e pequena fresta. Está ladeado pelos panos mais baixos correspondentes a anexos e a capelas laterais, com óculos circulares e frestas, tendo, recuados, os panos da nave, com tríforas de volta perfeita. No pano extremo junto à cabeceira, corpo adossado, em empena, com tríforas e pequenas frestas. A fachada lateral esquerda tem, no transepto rematado por bandas lombardas, portal saliente e com o vão escavado, semelhante ao axial, enquadrado por empena e encimado por rosácea. Fachada posterior trifacetada, decorada por trífora no pano central e amplas frestas nos laterais; tem adossados corpos menos elevados, com janelas de volta perfeita, bíforas, tríforas e, ao centro, portal escavado, de volta perfeita. As portas estão protegidas por folhas de madeira e lemes de ferro, tendo as janelas vitral decorado com elementos geométricos. INTERIOR crucífero, com as paredes da nave e transepto rebocadas e pintadas de branco, percorridas por alto lambril em cantaria, que, na zona do transepto estão encimados por silhares de azulejo de padrão policromo, com os elementos arquitetónicos em cantaria, tendo coberturas em falsas abóbadas de berço, rebocadas e pintadas de branco e pavimento em lajeado. No centro, o cruzeiro do transepto que marca a estrutura, com três amplos arcos de volta perfeita, assentes em altas colunas de fustes lisos e capitéis ornados por folhagem, o virado a O., de acesso à nave, marcada por coro-alto sustentado por tripla arcada, o vão central de maiores dimensões, tendo guarda vazada metálica e acesso por portas de volta perfeita, a partir das torres. No sub-coro, portas em cortina, uma delas entaipadas, protegidas por folhas de madeira. Sucedem-se, confrontantes, duas capelas com acesso pela nave e pelos braços do transepto, a do lado do Evangelho desativada e a oposta dedicada a Nossa Senhora de Fátima. O topo do transepto do Evangelho é marcado pelo portal lateral, com duas portas de verga reta, inscritas em gablete, encimado por cruz latina e ornado por folhagem, inscrito em arco de volta perfeita, com o tímpano vazado por janela. No lado oposto, capela dedicada a São Francisco Xavier, estando o arco da capela flanqueado por dois arcos cegos de menores dimensões. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilares compostos por feixes de colunas e colunelos, ladeado por dois pequenos arcos que dão acesso a falsos absidíolos, o do Evangelho com órgão elétrico, tendo ambos portas de acesso aos anexos posteriores. Capela-mor dividida em dois tramos, marcados por colunas adossadas à parede, que se prolongam em arcos torais, e remate facetado, este com cobertura em abóbada de arestas. É marcada por três registos, o inferior do primeiro tramo de acesso aos falsos absidíolos, por arcos duplos de volta perfeita, sendo os demais marcados por arcaturas cegas. O registo intermédio é marcado por panos rebocados e pintados de branco, exceto o frontal, pintado, formando um tímpano a imitar o firmamento, com os seguintes marcados por quadrifólios, onde se inscrevem anjos, com friso ornado por elementos fitomórficos, onde corre inscrição. O registo superior é marcado por clerestório. Ao centro, a mesa de altar, retilínea e assente em duas colunas. Na parede testeira, soco de cantaria sustenta a imagem do orago. Os anexos, intercomunicantes por corredor, têm as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por silhares de azulejo monocromo, com frisos e elementos decorativos coloridos, tendo tetos de madeira e pavimento em ladrilho cerâmico. Têm altares votivos, sala dos beneméritos e a sacristia, com pavimento em soalho e amplo arcaz de madeira com doze gavetões. |