Outubro, 29 – 2024
No passado fim de semana (26 e 27 de outubro), a concelhia do Bloco de Esquerda de Santo Tirso marcou presença na V Conferência Nacional do partido.
Na Conferência realizada na Escola Secundária Carolina Michaëlis, no Porto, António Soares, geógrafo, dirigente partidário e deputado municipal em Santo Tirso, interveio e falou sobre a importância do ordenamento do território.
Na sua intervenção, o jovem deputado municipal bloquista falou sobre o concelho de Santo Tirso, indicando alguns casos de mau planeamento local.
António Soares alerta para “Lugares onde pretendem isolar a população mais vulnerável” dentro dos municípios portugueses e acrescentou “(…) como as gentes do Bairro do Zambujal onde assassinaram Odair. Ou como as populações do Bairro do Cerco, tantas vezes tratadas como populações problemáticas em insinuações que incitam ao medo e viram trabalhadores contra trabalhadores. Porém, estes lugares esquecidos não se resumem às áreas urbanas e suburbanas. A expansão das cidades abriu novas avenidas e levou o betão e o asfalto para outras áreas.” lembrou o deputado municipal de Santo Tirso que não esqueceu o seu município: “A essas áreas chamamos de periurbanas, são nessas áreas que o campo se encontra com a cidade e o rural se mistura com o urbano. Nessas áreas existem também lugares esquecidos, como em Santo Tirso, de onde eu sou.” e acrescentou “Em Santo Tirso, existe, numa das freguesias mais a norte do concelho (UF Areias, Sequeirô, Lama e Palmeira), um Bairro camarário construído no meio de uma mata, completamente isolado do resto da população, onde habitam
predominantemente pessoas da etnia cigana. Para entrarmos neste Bairro, temos que atravessar uma estrada e andar uns bons metros até encontrarmos o edifício. Só existe essa entrada para o Bairro, todo o resto está vedado pela floresta de eucaliptal que ergue uma barreira natural na fabricação de uma
prisão social desenhada nos escritórios da Câmara Municipal (de Santo Tirso).”
Por fim, o tirsense António Soares afirmou: “O asilo legalista de muitos autarcas por todo o país é o esconderijo cobarde de quem tem medo de desafiar as elites e arriscar projetar uma cidade que responda às necessidades
das classes que diariamente a constrói.” e concluiu que “Neste país onde a habitação condigna é um Direito Constitucional, na prática o que reina é a lei do mais forte contra o mais fraco.”
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