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Artigo de opinião – ” Os Deuses do Olimpo “

By – Pedro Pereira, utente da CASL – Casa de Acolhimento Sol Nascente

Em 2020, após terem alcançado a melhor posição em Campeonatos da Europa (6º lugar), onde caiu diante da Croácia que viria a ser vice-campeã europeia, a seleção nacional de andebol conseguiu também o feito de obter o melhor lugar de sempre para uma seleção portuguesa de andebol em Mundiais atingindo o 10º posto, perdendo na main-round com duas seleções poderosas como são a Noruega e a França. Ainda assim ficou uma excelente imagem deixada pelo grupo comandado por Paulo Pereira. O próximo passo era o torneio de apuramento para os Jogos Olímpicos.

Mas o andebol viveu um pesadelo enorme, quando nos últimos dias de fevereiro, num treino da equipa do FC PORTO, o guarda-redes Alfredo Quintana sofreu uma paragem cardiorrespiratória. Depois de ficar em coma por poucos dias, não conseguiu sobreviver. Assim o andebol ficou mais pobre e sem um atleta magnífico. Não foi nada fácil para os colegas superarem esta perda e de vários clubes surgiram mensagens e homenagens ao luso-cubano.

Mas como na vida temos de seguir em frente, assim também é no desporto e agora Portugal tinha de disputar o torneio pré-olímpico para conseguir participar nas Olimpíadas de Tóquio.
No grupo de Portugal ficaram a Tunísia, a Croácia e a França. Em cada um dos grupos de apuramento apenas os dois primeiros classificados carimbavam a presença nos Jogos Olímpicos. Os Heróis do Mar (como é carinhosamente conhecida a seleção de andebol) até iniciaram a qualificação da melhor maneira ao vencer os tunisinos por 34-27, num jogo onde Portugal dominou a partida desde o início. No dia seguinte a equipa lusa podia resolver a questão do apuramento se levassem de vencida a Croácia que tinha eliminado os pupilos de Paulo Pereira do Europeu. A seleção entrou no jogo decidida e estiveram em vantagem até perto do final. Foi aí que os croatas acordaram e deram a volta ao marcador acabando o jogo em 25-24.  Seguia-se o último e decisivo jogo contra a França, que era a favorita e estava recheada com jogadores que atuam nos melhores clubes da Europa. A equipa de todos nós tinha aqui o seu mais importante jogo e não tiveram o início desejado onde deixaram os gauleses fugir no marcador.  Sem nunca desistir de equilibrar o número de golos ao intervalo a diferença era de um (12-13) a favor dos gauleses.

A segunda parte foi bastante interessante e com incerteza no marcador até que já no último minuto os franceses falharam o seu ataque e Portugal, nas mãos de Rui Silva, correu para aquele golo que deu a tão desejada vitória por 29-28. Os Heróis do Mar cumpriram a sua promessa, honraram Alfredo Quintana e o país, em mais um jogo épico do andebol e desporto português. Portugal consegue assim o feito inédito de marcar presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Será que este coletivo de enorme raça e entrega poderá lutar pelas medalhas?

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